COMO PARTICIPAR DE MISSÃO DA ONU NA CONDIÇÃO DE POLICIAL MILITAR

De acordo com os manuais das Nações Unidas voltados para a atividade de polícia em Missões de Paz,  estão previstas algumas características para a participação de efetivos em missões humanitárias, de manutenção ou observação, tais como: polícia precisa ser uniformizada, ostensiva, que atue diariamente nas ruas e em contato direto com a população local, quer em patrulhas ou outros tipos de operações.

Levadas em conta as características das Instituições policiais brasileiras, a única que atende aos requisitos hierarquizados  da ONU são as polícias militares, ficando decidido que caberia à essas,  o preenchimento de cargos policiais nos diversos países em que a ONU se faz presente..

No que tange à seleção do pessoal, logo a princípio, regulada  pela IGPM,  essa seleção  ficou a critério das Corporações PM, contudo, após alguns problemas, obviamente, decorrentes de indicações pessoais e não técnicas, nosso país experimentou dissabores já em teatro de operações, onde alguns OFICIAIS não levavam consigo, estofo técnico, intelectual, linguístico e até mesmo inter-relacional. Face a essa constrangedora realidade, o Exército Brasileiro, através da Inspetoria Geral das Polícias Militares-IGPM-COTER passou a  elaborar os processos seletivos.

Os policiais militares que participam de Operações de Paz , são os aprovados nos exames, de conformidade com as próprias qualidades e capacidades individuais, por intermédia de processo seletivo rigoroso. São pré-requisitos:

- Ser voluntário;

- Ser Oficial PM com mais de sete anos de atividade policial(incluindo período acadêmico);

- Ser fluente em língua estrangeira;

- Estar em boas condições físicas e psicológicas;

- Habilitado para dirigir veículos 4×4;                                             

- Hábil com armas de porte;

Anualmente, o COTER coordena dois processos seletivos semestrais. Essas seleções não guardam um padrão de exigências fixo de ano para ano, podendo apresentar distintos graus de dificuldade a cada semestre.

Quanto aos locais dos processos seletivos,  a IGPM aplica provas em Brasília, Belo Horizonte, e mais duas capitais, uma do Nordeste e outra do Sul do Brasil.

Importante ter conhecimento que o COTER encaminha, regularmente,  documento circular aos  Comandos de cada Corporação PM, o qual fica encarregado em divulgar e apresentar, mediante documento oficial,  os voluntários ao processo seletivo.

  As provas consistem em:

1-            Idiomas (inglês e francês), composta por 4 fases (interpretação de texto, auditiva, escrita, conversação) – Todas eliminatórias;

2-             Caso aprovado, o candidato fará provas de Direção defensiva 4×4;

3-             Provas de tiro e manutenção de armamento práticos;

4-             Avaliação psicossocial.

Por experiência, as provas mais complexas e que reprovam cerca de 50% dos candidatos são as de idiomas. Apesar de  carregarem implícitos critérios de dificuldade relevantes, exigem não mais que um nível razoável no domínio do  idioma para aprovação. Se pudéssemos isolar uma variável negativa na consecução das provas, seria seu tempo para realização, que exige conhecimento, muita atenção mas, acima de tudo, tranquilidade.

Os candidatos aprovados farão parte de um banco de nomes junto à IGPM e concorrerão, de acordo com suas performances pessoais e profissionais (CV) com os demais de todas as Corporações. Os critérios para chamada definitiva concorrem entre graus obtidos e candidatos de cada polícia militar, pois mesmo que muitos de uma só corporação obtenham aprovação, o critério adotado  para DESIGNAÇÃO e composição do contingente de CADA MISSÃO, determina selecionar o melhor de cada ESTADO para ir preenchendo a lista dos nominados. Quanto às prioridades para  patentes adotadas pela ONU, existem nos manuais, referências claras que as de  capitão e major são preferenciais, assim como o tempo de serviço, experiência em missões e a  fluência no idioma.

Boa sorte a todos,

Major QOPM Auceri Becker Martins