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segunda-feira, 21 de março de 2011

O ETERNO “HOJE” DO POLICIAL MILITAR


O eterno HOJE de nossa vida militar é  mais efêmero que supomos. Enquanto nos pensamos jovens, projetamos  o dia da aposentadoria,  em que possamos fazer o que realmente gostaríamos de fazer. De repente...   E agora José? Mas já???? Quando a hora de dizer adeus ao mundo do trabalho chega, os sentimentos são bastante diversos e a realidade se mostra, muitas vezes, distinta da nossa fantasia acalentada.
 Quem ainda não pensou na sua vida, tem que se preparar. Agora é a  hora. De repente se vislumbram  as  diversas possibilidades que se abrem e fecham à nossa frente.  Muita gente se liberta, mas também se deprime, sentindo-se, inesperadamente, despida da vida… Sem propósitos ou perspectivas! Há quem se entregue, definhe e envelheça(fisicamente) o que não envelheceu em anos.
Meus amigos, quem está preparado para a reserva remunerada? Eu fui atrás de alguns estudos bem sérios e eles apontam para uma série de consequências psicológicas, emocionais e até físicas que acometem os que deixam a atividade laboral. A razão disso:  falta de preparo para viver essa nova fase da existência.
A Política Nacional do Idoso, na área do trabalho e previdência social, recomenda "criar e estimular a manutenção de programas de preparação para aposentadoria nos setores públicos e privados com antecedência mínima de dois anos do afastamento".
O Estatuto do Idoso, no capítulo da profissionalização e do trabalho, preconiza no artigo 28 a "preparação dos trabalhadores para a aposentadoria", com antecedência mínima de um ano, por meio de estímulos a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania.
E o que nossas instituições nos têm oferecido? O que se faz diante da certeza factual de que as pessoas passam mais de trinta anos trabalhando e, quando chega o momento da aposentadoria, não se sentem preparadas para essa nova fase da vida?
Não é segredo que nosso mundo globalizado tende a estigmatizar as pessoas que se distanciam da vida economicamente produtiva e, quando o trabalho deixa de fazer parte da vida de um indivíduo, esse se depara com um sentimento deletério de exclusão do processo de produção e do desenvolvimento da sociedade.
Nossos centros de assistência social necessitam, de acordo com a lei existente,  fomentar perspectivas na área de saúde e determinar os cuidados necessários para que o policial militar, em ingresso na reserva,  tenha condições físicas de desfrutar da inatividade. Criar projetos e trabalhos para que o individuo possa definir os seus interesses em termos de lazer, sugerir trajetórias que darão aos seus recursos financeiros em termos de  investimentos, orçamento familiar e ainda, uma segunda atividade produtiva.
Percebo a inexistência de instrução sobre a área dos aspectos legais, onde o policial ganhe entendimento sobre os diretos e deveres do inativo, definindo os procedimentos necessários para que o processo de reforma ou transferência para a reserva(inatividade) se faça naturalmente, dentro dos parâmetros da legislação. Cada corporação precisa ofertar ferramental didático sobre direitos e deveres do inativo, assim como toda a documentação necessária a reforma ou transferência para a reserva.
A meu ver, ainda, no aspecto social, mister se torna estabelecer uma integração inativo e comunidade para que se encontrem diretrizes para desenvolver cada projeto pessoal. Estabelecer linhas de orientação para o relacionamento social, preparando o policial militar para o desligamento da atividade no Quartel, desmistificando a ideia do ostracismo e  não importância através da percepção de uma nova linha de participação do inativo no contexto das lutas classistas da Corporação. Vislumbrar outros leques de engajamentos, agora possíveis, dentro de atividades  comunitárias, laborais, políticas, letivas ou religiosas.
Realmente criar uma linha de orientação nos derradeiros anos de atividade, que apontem para rotinas domésticas, buscando projetar também perspectivas de satisfação no convívio em tempo integral do indivíduo com sua família.
Percebo que precisamos de um programa, em nível institucional, de familiarização com esse universo externo aos muros da caserna, onde cada companheiro receba orientação para essa difícil realidade e reflita sobre planos para o futuro, que envolvam velhice, sexualidade na 3ª idade, valores pessoais e da sociedade, criatividade e, mais que tudo, perspectivas de auto realização futura.

Fonte: AUCERI BECKER MARTINS – MAJ. QOPM

Um comentário:

  1. Impressionante que ainda não se tenha tomado providências no sentido de assistir nossos PMs nessa etapa complicada da vida, já que assistimos repetidamente, colegas deprimidos e doentes após passarem pra a reserva . Senhores coronéis, homens de decisão,vamos fazer algo agora que podemos ou a vez dos senhores vai chegar logo.

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