A partir do momento que vi a situação como foram tratados os bombeiros do Rio de Janeiro, acordei do sonho da profissão que abracei aos dezenove anos, podia ser qualquer coisa, tive a oportunidade de ser o que quisesse, uma educação fundamental excelente, estudei no colégio Marista, fiz duas faculdades, três pós-graduações para que? Sim, na minha cabeça para ser um policial militar, servir e proteger a sociedade, o que de fato não acontece, porque os interesses são imensos, gasta-se com publicidade, com carnaval, com obras faraônicas, mas não se tem coragem de investir em melhores salários para os policiais e bombeiros militares. Acordei ao ver meus irmãos do Rio de Janeiro de joelho como a mão na cabeça, apenas porque amam sua profissão e querem continuar sendo bombeiros. Chorei ao ver aquela mãe em prantos, porque tinha perdido seu filho. Chorei ao ver o rosto dos companheiros do BOPE de serem obrigados a humilhar seus próprios irmãos. Chorei ao ver a fraqueza dos comandantes de aceitarem as ordens de um Governador que prepotente. Chorei ao ver a falta de coragem dos politícos que não se manifestaram contra esta ditadura do poder. Chorei ao ver a falta de equidade dos juízes ao julgarem os nossos heróis. É hora de mudança, a hora é de sair da cadeira e esquecer as fraquezas, espero que todos que tiverem a coragem de ler esse pequeno desabafo, que tenham coragem de repassar aos seus amigos e os amigos que repassem aos seus novos, e assim por diante.
Joselito Mendes Costa - Capitão da Polícia Militar do Maranhão/ 1995.
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